Um restauro traz outro, seja lá o tempo que isto demore…
A familia entendeu que reformar a casa toda incluia recuperar as duas peças, uma mesa e um camiseiro (ao fundo) com muito carinho pela transmissão de duas gerações.
A mesa em caviúna com pés palitos muito elegantes, pode dobrar de tamanho e é toda desmontável, não tem ferragens especiais, apenas parafusos e boa marcenaria. Viveu cerca de 80 anos e pediu apenas a troca da folhas do tampo, além da aplicação de seladora nitrocelulose com aspecto semi brilho.
Destaque para a borda chanfrada em 45 graus, que dificultou muito a aplicação da nova folha de inbuia que substiuiu a antiga de caviuna. A borda acomoda com conforto o braço das pessoas, algo perdido nos móveis atuais.
O camiseiro, com cem anos, mais sofrido, foi “arrumado várias vezes” e exigiu uma interneção maior, veja abaixo os tipos de desgastes e problemas enfrentados:
Riscos, descolamentos, quebra de baguetes, escurecimentos, goma laca escurecida e quebradiça, pregos na face da face principal, etc
Veja a sequencia de fotos…
Pés quebrados e rachaduras nas espigas são os problemas que sempre encontramos nos móveis antigos.
Vista do camiseiro já totalmente decapado da goma laca.
Tanto a mesa como o camiseiro continham os selos fiscais de 1000 reis, e da fabrica de móveis Schuz do Largo Arouche, uma pitada de respeito!
Destaque para a machetaria que se revelou colorida, parte em losangos, com detalhe ao centro bem rebuscado, metais em latão e detalhes de folhas esculpidas no entorno do tampo.
Saber que móveis como este ainda tem lugar, nas vidas privadas, e que estarão marcando a terceira geração desta familia, nos mostra as brechas e a satsifação de resisitir na marcenaria. ;-))
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